Polifarmácia: o que é e quais são os riscos do uso excessivo de medicamentos?

Idosa preocupada com diversos frascos de remédio sobre a mesa, retratando o risco da polifarmácia.

O que é polifarmácia?

Polifarmácia é o termo usado quando uma pessoa faz uso de muitos medicamentos ao mesmo tempo — geralmente cinco ou mais. Esse fenômeno é mais comum entre idosos e pessoas com doenças crônicas, mas pode acontecer em qualquer idade.

Como médica de família e comunidade, vejo diariamente os impactos negativos que o uso excessivo e desorganizado de remédios pode causar. E, na maioria das vezes, com uma boa avaliação, conseguimos reduzir medicamentos desnecessários e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Por que a polifarmácia acontece?

A polifarmácia costuma surgir de forma gradual. À medida que a pessoa vai passando por vários médicos e recebendo diagnósticos diferentes, cada especialista prescreve seus próprios medicamentos, muitas vezes sem saber o que o outro já prescreveu.

Além disso, o uso de medicamentos sem orientação médica (automedicação), inclusive fitoterápicos ou “naturais”, também contribui para esse excesso.

Quais são os riscos da polifarmácia?

  • Interações entre medicamentos: um remédio pode anular ou potencializar o efeito do outro, causando efeitos colaterais graves.
  • Aumento de reações adversas: como tonturas, quedas, confusão mental, náuseas e fraqueza.
  • Dificuldade na adesão ao tratamento: o excesso de remédios pode confundir o paciente e reduzir a eficácia do tratamento.
  • Custo financeiro elevado: muitos remédios sem necessidade acabam pesando no bolso.
  • Risco de dependência e uso prolongado sem critério.

Como evitar a polifarmácia?

O primeiro passo é ter um médico de referência — como uma médica de família — que conheça toda a sua história, seus exames e os medicamentos que você usa.

Como parte do nosso trabalho, fazemos algo chamado “revisão da prescrição”: analisamos todos os medicamentos em uso, avaliamos se cada um ainda é necessário, e ajustamos as doses ou retiramos o que não faz mais sentido.

Outras atitudes importantes:

  • Leve todos os seus remédios (inclusive naturais) nas consultas.
  • Nunca use medicamentos por conta própria ou com base em indicação de terceiros.
  • Questione sempre: “esse remédio ainda é necessário?”

FAQ – Perguntas frequentes sobre polifarmácia

Polifarmácia é sempre um problema?

Não necessariamente. Às vezes, o uso de vários medicamentos é indicado, especialmente em casos de doenças complexas. O problema é quando há excesso, falta de coordenação e riscos evitáveis.

Qual profissional pode revisar meus medicamentos?

O ideal é que essa revisão seja feita por um médico de família e comunidade, que tem uma visão integral da sua saúde. Farmacêuticos clínicos também podem ajudar na identificação de interações e orientações.

Posso parar um medicamento por conta própria?

Não. A interrupção abrupta de alguns medicamentos pode ser perigosa. Sempre converse com um profissional antes de suspender ou modificar seu tratamento.

Remédio natural também conta como polifarmácia?

Sim. Qualquer substância com efeito no organismo pode interagir com outros medicamentos. Por isso, mesmo fitoterápicos, chás ou suplementos devem ser informados ao médico.

Conclusão

A polifarmácia pode parecer inevitável, mas com acompanhamento adequado é possível organizar o tratamento, reduzir riscos e melhorar o bem-estar. A medicina de família oferece uma abordagem cuidadosa, humana e segura para quem busca qualidade de vida sem excesso de medicamentos.

Se você usa muitos remédios ou cuida de alguém nessa situação, procure um profissional que possa avaliar com calma o que realmente é necessário.

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